Ocorrência de doença valvar degenerativa crônica em cães da raça dachshund
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Abstract
A doença valvar degenerativa crônica (DVDC) é a doença cardíaca adquirida mais comum em cães. A valva se torna espessada, degenerada e apresenta falha de fechamento, levando à regurgitação sanguínea e ao aumento do átrio, promovendo manifestações clínicas graves. Sua etiologia ainda é desconhecida, mas determinadas raças apresentam característica hereditária, como o Dachshund, que permanece assintomático por muito tempo e geralmente desenvolve sintomatologia mais grave quando a doença se manifesta. Este trabalho descreve estudo retrospectivo da DVDC em cães da raça Dachshund em que se correlacionou os aspectos clínicos e ecocardiográficos relacionados à evolução da doença na raça. Por meio de estudo retrospectivo, 178 prontuários de cães da raça Dachshund atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Santo Amaro entre janeiro de 2015 e novembro de 2016 foram avaliados, independentemente do histórico clínico inicial. Dados de anamnese, exame físico e ecocardiografia foram obtidos. Destes, 27 foram selecionados. A maioria dos cães avaliados era assintomática ou com sintomatologia discreta e apresentava sopro à auscultação cardíaca, principalmente com foco em mitral. Na ecocardiografia pôde-se observar que 24 animais possuíam algum grau de insuficiência valvar mitral; o átrio esquerdo estava aumentado em quase metade dos animais e o diâmetro do ventrículo esquerdo na diástole e na sístole, aumentado em um terço. Alguns animais apresentaram aumento da espessura da parede posterior do ventrículo esquerdo e do septo interventricular esquerdo, decorrente de uma hipertrofia concêntrica, consequência de hipertensão arterial. A fração de encurtamento e a relação aorta-átrio esquerdo estiveram diminuídas em alguns animais, alteração comum em fases mais avançadas da DVDC e observada com frequência em Dachshunds. Alguns animais apresentaram fluxo regurgitante ao doppler, indicativo de insuficiência cardíaca congestiva. Os animais assintomáticos apresentaram alterações menos significativas à ecocardiografia que os sintomáticos, porém, estes talvez apresentem sintomas mais graves no desenvolvimento da DVDC. Foi verificado que a ocorrência da DVDC em cães da raça Dachshund assintomáticos ou com sintomatologia discreta é alta, pois a maioria dos animais avaliados apresentava alterações evidentes à ecocardiografia. Pode-se concluir, dessa forma, que a avaliação cardiológica para essa raça deve ser precoce e periódica.
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