Pesquisa de fungos dermatófitos e demais queratinofílicos no tegumento de tamanduás mantidos em cativeiro
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Abstract
O tamanduá é mamífero insetívoro, de hábitos crepusculares, que compreende três espécies: o tamanduá bandeira (Mymercophaga tridactyla), o tamanduá mirim (Tamandua tridactyla) e o tamanduaí (Cyclopes didactylus), das quais algumas estão vulneráveis à extinção. Essas espécies estão distribuídas em grande parte do território brasileiro, especialmente no cerrado. Na intenção de preservá-las, pesquisas sobre seu status sanitário têm sido estimuladas, tanto em cativos como em animais de vida livre. Este trabalho investiga a presença de fungos dermatófitos e outros filamentosos queratinofílicos no pelame de tamanduás. Para isso, utilizaram-se 27 tamanduás adultos mantidos em cativeiro, dos quais 14 tamanduás bandeiras e 13 tamanduás mirins. Esses espécimes foram provenientes da Fundação Parque Zoológico de São Paulo (FPZSP) e do Parque Zoológico Quinzinho de Barros (PZMQB), de Sorocaba. Amostras foram obtidas pela fricção de quadrados de carpete esterilizados no pelame de cada animal. Cada carpete foi semeado em placas de Petri contendo ágar Mycobiotic (Difco®) e incubado a 25ºC até que se observasse o crescimento das colônias. Não foram isolados dermatófitos do pelame dos animais estudados. No entanto, identificaram-se os seguintes gêneros de fungos filamentosos: Cladosporium sp (51,8%), Scopulariopsis sp (29,6%), Aspergillus sp (22,2%), Acremonium sp e Chrysosporium sp (11,1%) e Mucor sp (7,4%). Entre estes, destacam-se os queratinofílicos Scopulariopsis sp, Acremonium sp, Chrysosporium sp. Existem poucos trabalhos sobre a prevalência de dermatófitos e demais queratinofílicos em animais selvagens e nenhum sobre tamanduás. Foi confirmada a presença de queratinofílicos não dermatófitos na microbiota normal de tamanduás, à semelhança do observado em outros mamíferos. A presença de fungos queratinofílicos no pelame dos tamanduás permite a conclusão de simbiose, uma vez que os espécimes não apresentam patogenia. No entanto, sugere-se um estudo mais aprofundado nesse quesito em espécimes mantidos em vida livre.
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