Avaliação histológica do grau de osteoartrite em cães com displasia da articulação do coxal
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Abstract
A displasia da articulação do coxal (DCF) implica-se diretamente como uma das doenças mais observadas nessa região em cães, principalmente nas raças de grande porte, por apresentarem crescimento rápido. O diagnóstico da DCF é fidedigno através do exame radiográfico com as diferenciações do grau pelo índice de Norberg. Esse índice relaciona diretamente o nível da incongruência articular, associado à presença de Osteoartrite (OA) secundária à DCF. Uma das possibilidades de tratamento empregada é a cirurgia de colocefalectomia, por permitir o retorno do animal à função. Essa articulação é um importante meio de estudo histológico do grau de DCF e, também, da OA. O objetivo do estudo foi verificar as alterações histológicas na cabeça do fêmur e, também, a macroscópica, quanto ao grau de OA secundário à DCF. No total, foram coletadas 23 amostras, grupo controle (n = 6) normal, e o restante apresentava sinais de OA secundário à DCF (n = 17) de diferentes raças e pesos, provenientes de atos cirúrgicos de colocefalectomia. As amostras foram conservadas em solução de formalina a 10% e processadas pelos métodos histológicos de rotina, com descalcificação do tecido ósseo e, após seccionadas perpendicularmente em cortes de 4 μm, coradas pela hematoxilina-eosina para análise morfológica. A superfície articular foi avaliada e classificada no ato da cirurgia em normal, fibrilada e fibrilada com exposição óssea. Quantificamos os condrócitos através do método estereológico convencional (GUNDERSEN et al., 1988) com um retículo (área: 62500 μm2) adaptado a um microscópio convencional. Para a avaliação microscópica do grau da área de lesão articular, utilizamos o escore semiquantitativo, em cinco campos randomizados com a graduação de 1 a 6, de acordo com a Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (OARSI). Foi observada no grupo controle uma destruição articular grau 2 (± 0.5). No grupo com patologia articular, o grau médio foi de 4,39, obtendo um desvio-padrão de 1,33. Observamos que, em relação à contagem de condrócitos dada em porcentagem do grupo controle, foi obtida uma média de 19,96%. Dos 17 animais com DCF, ocorreu uma diminuição na quantidade de condrócitos em média de 10,43%. Já no estudo da quantificação da área lesionada microscopicamente, em relação à avaliação macroscópica, os maiores graus de OA ocorreram nos cães que, na avaliação macroscópica, apresentaram maior destruição de cartilagem e exposição do osso. Em graus acima de 4,5, já havia exposição óssea nessa avaliação, e em grau 2,5, aparência macroscópica normal. Os resultados da contagem de condrócitos estavam dentro da normalidade para o grupo de animais controle. Para os animais operados com lesões crônicas, revelou- se diminuída, evidenciando que não há mais regeneração da cartilagem, mas sim um remodelamento ósseo com deposição de matriz óssea substituindo o tecido cartilaginoso. Assim, concluímos que a cartilagem articular com lesões degenerativas crônicas perde sua capacidade de regeneração, passando somente a remodelar a superfície perdida com depósito de fibrocartilagem. Em lesões leves, compreendidas até o grau 2, a cartilagem é reparada com mais facilidade, devido à intensa produção de condrócitos, na tentativa de reparação tecidual.
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