F. O. C. P. Ramos
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
C. M. Borges
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
M. P. Faria
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
F. S. Zaqueu
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
M. A. O. Dias
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
J. N. Seixas
Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG
Abstract
A otite externa é uma doença que causa inflamação do canal auditivo externo. É frequente na clínica de pequenos animais, pode surgir como secundária a outros fatores e o seu tratamento é um desafio quando se trata de um aglomerado de cães. Os sinais clínicos vão desde lesões no conduto auditivo até reações comportamentais do cão. Seu diagnóstico é variável e o exame citológico é o mais econômico. Este trabalho relata os resultados dos exames citológicos realizados em 137 cães mantidos em um abrigo sem fins lucrativos (ONG) localizado no município de Lavras, estado de Minas Gerais, Brasil, denominado Parque Francisco de Assis, que tinha uma população de 470 cães. O material otológico para citologia foi colhido com um swab estéril e de algodão que foi inserido no conduto auditivo do animal e submetido a um movimento circular em um único sentido. O material coletado foi transferido para uma lâmina de vidro para exame microscópico e a seguir foi submetido a coloração pelo método de panótico rápido. Até o momento, já foi realizado o exame de 166 lâminas, com material proveniente de 83 animais. Os resultados parciais já disponíveis são: 51,8% dos cães examinados apresentavam otite fúngica. Dentre os animais acometidos por fungos, 100% estavam infectados por Malassezia sp. E 3,6% também por Candida sp. Por ordem decrescente, as outras formas de otite encontradas foram as causadas pelos parasitas, totalizando 18,0% dos casos, sendo que destes em 53,4% foram evidenciados o Otodectes cynotis; em 26,6% o Sarcoptes scabiei; e em 20,0% o Demodex sp. Por último, foram diagnosticados 8,4% de casos de animais com otite bacteriana, dos quais 8 em 5,7% foram identificados cocos e em 14,3% bastonetes. Conclui-se que nos animais do canil em questão a otite fúngica foi a etiologia predominante.