Enfisema pulmonar bolhoso em cão
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Abstract
O enfisema pulmonar é uma manifestação vista em seres humanos com trauma torácico, síndrome da angústia respiratória neonatal, em asmáticos, em ventilação mecânica por pressão positiva e em usuários de tabaco. O enfisema bolhoso (EB) é raramente descrito nos animais e relacionado às enfermidades congênitas broncopulmonares, levando à angústia respiratória. As bolhas de enfisema são processos broncoespásticos e obstrutivos dos bronquíolos terminais, posteriores às rupturas de septos interalveolares, com paredes delgadas, translúcidas ou opalescentes e constituídas pela pleura visceral. Podem ser uni ou bilaterais e funcionalmente inertes, ocupando um grande espaço na cavidade torácica. Apesar de o EB acometer os lobos pulmonares, há porções ainda funcionais, porém mal ventiladas e colabadas, roubando espaço para a dinâmica de partes menos afetadas. O tratamento do EB é importante, pois promoverá diminuição do espaço morto e reexpansão de áreas atelectásicas para a realização de hematose satisfatória10. Para confirmar o diagnóstico, radiografias de tórax feitas em plena inspiração e expiração podem ser comparadas. A tomografia computadorizada (TC) é valiosa como procedimento adjuvante na caracterização de achados patológicos torácicos, eliminando a sobreposição de estruturas e oferecendo resolução de contraste superior em comparação com a radiografia simples. Foi atendido no Hospital Veterinário “Dr. Halim Atique”, um cão SRD, fêmea, 15 anos, com histórico de dispneia, taquipneia, tosse crônica há três meses, improdutiva e frequente. O exame físico geral encontrava-se dentro dos padrões de normalidade. A radiografia torácica demonstrou aumento da radiolucência em região peri-hilar, em lobos cranial e médio, com margens definidas, medindo aproximadamente 4 cm de diâmetro (a maior delas), e pequena quantidade de gás no espaço pleural. Dessa forma, o diagnóstico foi sugestivo de EB e pneumotórax. O animal foi medicado com meloxicam e codeína, não sendo possível o acompanhamento da terapia, pois o paciente não retornou. A radiologia foi imprescindível para o diagnóstico, porém sugere-se avaliação por TC para melhor visualização pulmonar. O EB é raramente descrito em cães, tornando-se importante a sua inclusão no diagnóstico diferencial de enfermidades respiratórias.
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