Persistência de ducto arterioso com desvio bidirecional em gato: Relato de caso

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P. P.C. Chamas
M. A. Lallo
G. G. Pereira
D. S. Elias
T. M. Ferrarias

Abstract

O ducto arterioso é um vaso sanguíneo que se estende da artéria pulmonar à aorta descendente, permitindo que o fluxo sanguíneo do ventrículo direito, durante a vida fetal, atinja a circulação sistêmica sem passar pelo pulmão. A falha em seu fechamento após o nascimento é denominada de persistência do ducto arterioso (PDA), doença cardíaca congênita relativamente comum em cães e infrequente nos gatos. Pelo ducto patente, ocorre desvio sanguíneo da esquerda para a direita (aorta para pulmonar), acarretando em sobrecarga de volume na circulação pulmonar e câmaras cardíacas esquerdas. Nos casos em que há pouca constrição ductal e o ducto é largo, o alto fluxo pulmonar leva à hipertensão pulmonar, e o desvio de sangue pode, então, reverter e resultar em desvio da direita para a esquerda (PDA reverso). Essa situação normalmente ocorre nos primeiros meses de vida, é irreversível e não pode ser corrigida cirurgicamente. Nesses casos, há desaparecimento do sopro cardíaco devido à diminuição na velocidade do fluxo através do ducto. Foi atendido, no Complexo Veterinário da Universidade Cruzeiro do Sul, um felino da raça siamês, fêmea, um ano de idade, cujo proprietário solicitava cirurgia eletiva de castração. No exame préoperatório, auscultou-se sopro contínuo grau IV/VI, de padrão intermitente, em foco pulmonar. O hemograma revelou trombocitopenia, que impossibilitou a ovariosalpingohisterectomia. O eletrocardiograma evidenciou ritmo sinusal normal e sinais sugestivos de aumento ventricular direito. O ecodopplercardiograma demonstrou a presença de PDA com fluxo sanguíneo bidirecional e sinais de importante hipertensão arterial pulmonar (fluxo sistólico pulmonar diminuído, hipertrofia moderada concêntrica de ventrículo direito e movimento paradoxal do septo ventricular). Justifica-se o presente relato devido à apresentação incomum dessa cardiopatia congênita em um felino, pois a PDA é relativamente rara nessa espécie, sendo ainda mais inusitada a forma reversa da doença. 

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How to Cite
CHAMAS, P. P.; LALLO, M. A.; PEREIRA, G. G.; ELIAS, D. S.; FERRARIAS, T. M. Persistência de ducto arterioso com desvio bidirecional em gato: Relato de caso. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 9, n. 2, p. 44-44, 11.
Section
CONPAVET ABSTRACTS