Novo perfil da urolitíase em felinos

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M. M. Pimenta
A. Reche Júnior
M. F. Freitas
F. C. Cassiano
R. B. Camozzi

Resumo

A urolitíase ocorre como resultado da precipitação de íons calcula gênicos em condições de supersaturação urinária. Os cristais, quando formados e mantidos dentro do trato urinário, podem servir como núcleos de agregação e crescimento originando os cálculos. Situações de estase ou retenção urinária, desequilíbrio entre os promotores e inibidores da cristalização, a obesidade e até mesmo o estresse, constituem fatores de risco para litogênese. Fatores genéticos, ambientais, nutricionais e metabólicos são relacionados ao desenvolvimento de cálculos, no entanto, a etiologia da urolitíase depende também do tipo de urólito envolvido. O perfil da urolitíase em gatos vem sofrendo transformações ao longo dos últimos 20 anos. Em contraste aos cálculos de estruvita encontrados frequentemente na vesícula urinária, os cálculos de oxalato de cálcio (CaOx), localizados em rins e ureteres passaram a compor um novo perfil da urolitíase em felinos, seguindo a tendência da litíase renal em pacientes humanos. Em associação, a ocorrência de nefrolitíase e ureterolitíase passou a ser caracterizada com grande frequência em gatos com doença renal crônica (DRC). Esses cálculos podem constituir causa ou consequência da DRC, mas, independe disso, contribuem para sua evolução e cronicidade à medida que podem resultar em obstrução ureteral, restrição do fluxo urinário, pielonefrite, hidronefrose e lesão compressiva do parênquima renal. Mesmo diante à presença de obstrução ureteral unilateral o quadro pode ser grave, principalmente se houver infecção concomitante e evolução para quadros sépticos. O diagnóstico de nefrolitíase e ureterolitíase sempre requer a avaliação de possíveis consequências e complicações, investigação da composição mineral do urólito e da presença de causas subjacentes. Para triagem do comprometimento secundário à obstrução e da existência de fatores predisponentes para litogênese é necessário à obtenção de um histórico detalhado e de um exame físico completo, em associação a realização de exames laboratoriais e exames de imagem. Cálculos radioluscentes ou menores que 2 mm de diâmetro requerem, comumente, contraste radiográfico ou avaliação ultrassonográfica. Os cálculos renais e ureterais produzem focos hiperecóicos intensos, com formação de sombra acústica diante o exame ultrassonográfico. É importante trabalhar com transdutores de alta frequência, de 7 a 10MHz, e incidir o feixe sonoro perpendicular ao cálculo, para obtenção máxima do sombreamento. O exame ultrassonográfico confere vantagens adicionais ao permitir a visualização de sedimentos urinários, bem como a avaliação do grau de dilatação da pelve renal e dilatação ureteral quando presentes, mesmo em estágios iniciais.

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Como Citar
PIMENTA, M. M.; RECHE JÚNIOR, A.; FREITAS, M. F.; CASSIANO, F. C.; CAMOZZI, R. B. Novo perfil da urolitíase em felinos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 2, p. 63-65, 11.
Seção
RESUMOS CONPAVET
Biografia do Autor

M. M. Pimenta

Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária de São Paulo, Departamento de Clínica Médica de Pequenos Animais, São Paulo, SP