Perfil clínico, hematológico, bioquímico de cães com doença renal crônica atendidos no período de 2011 à 2013 na FMVZ-Unesp-Botucatu
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Resumo
A doença renal crônica (DRC) é uma síndrome de curso longo, decorrente de alterações morfofuncionais irreversíveis no parênquima renal, que podem levar o animal ao óbito. O diagnóstico é baseado nos sinais clínicos, histórico, achados laboratoriais e ultrassonográficos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil clínico, hematológico e bioquímico de cães com DRC atendidos no Hospital Veterinário da FMVZ/Unesp-Botucatu/SP no período de 2011 a 2013. Método: Foram analisados 99 cães de ambos os sexos, de raças, idade e pesos variados. Os critérios de seleção para incluir os animais no grupo da DRC foram baseados no histórico, sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma, perfil renal, urinálise, razão proteína-creatinina urinária- RPC) e avaliação ultrassonográfica, respeitando a classificação da Internacional Renal Interest Society (IRIS). Resultados e Discussão: Corroborando com a literatura, cães idosos foram os mais acometidos, com idade média de 9±4 anos. Do mesmo modo, a partir do estágio III da DRC se evidenciam vários sinais clínicos, o que aumentou o número de atendimentos neste estágio da doença, com casuística de 43%. Dentre os achados laboratoriais, como hematócrito (Ht), ureia e creatinina séricas e RPC, observou-se que os resultados foram mais severos nos estágios mais avançados da DRC. Na avaliação do Ht, a média foi de 33±12% e 25±9%, de acordo com os estágios de I e IV, respectivamente, sendo esta anemia decorrente da deficiência de eritropoietina ou outros fatores sistêmicos. O aumento da creatinina sérica nos graus III e IV se relacionou à redução da taxa de filtração glomerular e funcionalidade renal. A subclassificação baseada na proteinúria e pressão arterial sistólica (PAS) é importante para o prognóstico do animal, sendo relatada a ocorrência de hipertensão arterial em 40-80% dos pacientes DRC, culminando em lesões irreversíveis a outros órgãos e piora do quadro clínico. No presente estudo, a média da PAS foi de 164 mmHg, com prevalência em 85% dos casos. Conclusão: O atendimento a cães com DRC ocorre principalmente nos estágios III e IV da doença, sendo a anemia, a azotemia e a hipertensão arterial frequentes e avançadas nestes estágios. A classificação e subclassificação da DRC são importantes para diagnóstico precoce, permitindo intervenções para retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.
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