Censo das condições higiênicas das peixarias das feiras livres do município de Petrolina (PE)
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Resumo
Objetivo da pesquisa foi realizar um censo das condições de higiene nas peixarias das feiras livres de Petrolina (PE). A cidade possui sete feiras livres. Em cinco destas (AB, JM, PX, JD e CB) existem peixarias. Foi realizado um check list de avaliação das condições de higiene das peixarias utilizando o modelo da RDC 275, adaptado à baixa complexidade das estruturas e considerando respostas possíveis como “possui” ou “não possui” o critério analisado. ((As perguntas foram divididas em grupos: i) condição das estruturas físicas, higiene de manipuladores e procedimentos; ii) condições de conservação e armazenamento das matérias primas e anterior acompanhamento de cursos deBPF. Os dados foram analisados (teste do “chi quadrado”) considerando, para cada feira e cada feirante, quais os pontos de maior criticidade. Em sucessiva análise foram comparados entre si, para o número de não conformidades, os feirantes que já tinham realizado cursos de BPF e os que não tinham. Foram analisadas 42 peixarias, 100% das que vendem regularmente peixe nas feiras livres. A condição das instalações varia conforme as feiras, contudo, nenhuma das bancas possui estruturas que impeçam o contato físico entre os fregueses a mercadoria exposta. AB, PX, JM apresentam bancas de alvenaria azulejadas, com acesso à água potável e eletricidade; CB e JD apresentam bancas desmadeira sem eletricidade, nem disponibilidade de água. Nestas duas feiras as instalações apresentam um número significativamente maior de não conformidades comparado com as demais. Os equipamentos e utensílios utilizados são geralmente inapropriados, de material inadequado, sujos ou enferrujados. JM e CB apresentam um índice de inadequação significativamente maior em comparação com as demais. Os manipuladores apresentam vestuário impróprio e as operações de processamento do pescado não são realizadas respeitando-as BPF’s. JM e CB apresentam índices significativos de não adequação. Os peixes são expostos à venda em quantidade excessiva, sem utilização degelo e sofrem processos repetidos de congelamento e descongelamento, afetando a qualidade do produto. JM e CB são as feiras onde a qualidade da matéria-prima é significativamente pior em comparação às demais. As condições de higiene presentes em bancas cujos donos tinham realizado cursos teóricos de boas práticas não foram significativamente diferentes daquelas onde os donos não tinham acompanhado tais cursos. A conclusão desta análise é que a maioria das peixarias das feiras livres de Petrolina não apresenta condições de higiene satisfatórias em nenhum dos parâmetros analisados, requerendo mudanças referentes às instalações, operações realizadas e à qualidade dos peixes vendidos. A realização de cursos teóricos de higiene pelos peixeiros não alterou significativamente a higiene das bancas, indicando a necessidade de realização de acompanhamento e treinamento mais eficiente dos peixeiros.
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