Evidenciação sorológica de exposição à Leptospira sp em mamíferos silvestres

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Taizi Rodrigues
Fernanda Santana Oliveira
Vinícius Oliveira
Vitor Curvelo
Arianne Pontes Oriá
Melissa Hanzen Pinna

Resumo

Foi efetuado um inquérito sorológico da leptospirose em diferentes espécies de mamíferos silvestres, mantidos em cativeiro. Foram colhidas amostras de 88 animais, dos quais 40 primatas, 24 felídeos, 15 cervídeos, oito canídeos e um animal da Família Ursidea, totalizando 18 espécies. Os animais foram contidos quimicamente com a associação de fármacos sedativos, e posteriormente foram submetidos aos exames físicos e coleta de sangue. Após a coleta, as amostras foram resfriadas e transportadas até o laboratório para centrifugação, sendo o soro estocado. O diagnóstico sorológico para leptospirose foi realizado de acordo com a recomendação técnica da OMS, por meio da soroaglutinação microscópica (MAT) com antígenos vivos, com cada amostra sorológica testada frente à bateria antigênica compreendida por 34 sorovares. Os animais foram considerados positivos quando apresentaram títulos ≥100. Das 88 amostras de soro de animais silvestres testados pela soroaglutinação microscópica 62 (70,4%) foram positivas e 26 (29,6%) apresentaram reação negativa. Dentre as 62 amostras positivas, 30 apresentaram títulos ≤100 (30/62-48,38%), 20 com título 200 (20/62-32,25%), 11 amostras com título de 400 (11/62–17,74) e uma amostra apresentou título de 800 (1/62-1,61%). Com relação à distribuição entre os sorovares, Copenhageni M20 foi o mais frequente, correspondendo a 16,1% (10/62). O sorovar Copenhageni pertence ao sorogrupo Icterohaemorrhagiae, sendo este mais prevalente em centros urbanos brasileiros. Os resultados do presente estudo sugerem que as leptospiras chegam ao meio ambiente principalmente pela urina de roedores, já que o sorovar Copenhageni tem como seu hospedeiro natural roedores, em especial o rato-de-esgoto (Rattus norvegicus), e que a Leptospira sp. encontra um ambiente propício para sobreviver e para chegar até o hospedeiro susceptível nas coleções de águas paradas, bebedouros, estocagem de ração e reservatórios de água não higienizados periodicamente. Apesar de esforços dos profissionais na manutenção de um manejo sanitário adequado no ambiente de cativeiro, este é favorável à ocorrência da leptospirose. O sorogrupo Icterohaemorrhagiae foi o predominante nas amostras estudadas, destacando-se a importância do controle de roedores nos ambientes de cativeiro, que em sua maioria estão inseridos em centros urbanos.

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Como Citar
RODRIGUES, T.; OLIVEIRA, F. S.; OLIVEIRA, V.; CURVELO, V.; ORIÁ, A. P.; PINNA, M. H. Evidenciação sorológica de exposição à Leptospira sp em mamíferos silvestres. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 3, p. 67-67, 11.
Seção
RESUMOS CONBRAVET