Carcinoma bowenóide multicêntrico in situ em felino doméstico
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Resumo
Foi efetuada a descrição do carcinoma Bowenóide multicêntrico in situ (CBMIS) em um felino. Uma gata, castrada, sem raça definida, com dez anos de idade, possuía lesões cutâneas crônicas, com tempo de evolução de três meses. Realizou-se tratamento prévio com ivermectina e ração hipoalergênica, mas sem resultados satisfatórios. O animal foi submetido ao exame físico. Optou-se pela biópsia incisional da alteração. O material obtido foi encaminhado para histopatologia. Houve necessidade de execução da técnica de criocirurgia, utilizando-se aparelho com sistema aberto, sendo efetuados três ciclos de congelamento-descongelamento com nitrogênio líquido. A paciente revelava normalidade dos parâmetros vitais. Contudo, durante a inspeção dermatológica evidenciaram-se crostas hemorrágicas, pápulas e eritema, localizadas nas regiões infra-orbital, zigomática, supra-orbital, frontal (antimero esquerdo), palpebral superior e face convexa do pavilhão auricular (antímero direito). Não existia comprometimento de outras áreas tegumentares. A análise histopatológica detectou que a epiderme exibia áreas de displasia intensa de queratinócitos, envolvendo principalmente as camadas basal e espinhosa e avançando para a região infundibular dos folículos pilosos. Os queratinócitos proliferavamse de modo desordenado, com atipia nuclear e nucléolos visíveis. A epiderme apresentava ortoqueratose compacta intensa. Na derme superficial subjacente havia edema e inflamação monomorfonuclear moderada. Não se observava infiltração da membrana basal epidérmica pelos queratinócitos atípicos ou sinais de lesão actínica. Foi realizada coloração especial para fungos a qual se resultou negativa. O padrão lesional histológico foi compatível com CBMIS, também denominado de carcinoma de células escamosas (CCE) in situ multifocal. A gata apresentou uma adequada recuperação após o tratamento criocirúrgico, sem ocorrência de recidiva. O CBMIS é uma neoplasia maligna dos queratinócitos que não mostra qualquer evidência de invasão da membrana basal, uma vez que as lesões são confinadas a epiderme. Corresponde a uma doença específica e não deve ser confundida com o estágio inicial do CCE invasivo. No caso em questão, a histopatologia foi essencial para o estabelecimento do diagnóstico diferencial. Deve-se considerar a possibilidade de CBMIS em felinos senis com lesões cutâneas superficiais, multifocais, crostosas e de evolução crônica.
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