Utilização de flap padrão axial tubular toracodorsal em dois cães: relato de caso
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Resumo
As técnicas de cirurgia reconstrutiva têm ganhado destaque na Medicina Veterinária, possibilitando a reparação de feridas cutâneas abertas de grande extensão secundárias à traumas, anomalias congênitas e neoplasias. O presente trabalho descreve dois casos em que foram utilizados o flap padrão axial tubular toracodorsal para correção de uma ampla falha cutânea na região cubital após a retirada de uma neoplasia. Dois cães, um da raça Pequinês e outro da raça Boxer, foram apresentados com acentuado aumento de volume na região cubital. Nos três pacientes foi realizada a punção biópsia aspirativa da massa, para fins diagnósticos, confirmando-se a suspeita de neoplasia. Como tratamento, foi indicado a exérese do tumor, respeitando- se as margens de segurança. Durante o planejamento pré-cirúrgico, verificou-se escassez de pele para a síntese do local após a ressecção do tumor, diante disso, optou-se pela realização de um flap padrão axial tubular toracodorsal, em vista da localização anatômica da lesão. Para a obtenção do retalho cutâneo foram realizadas duas incisões paralelas estendendo-se até a linha mediodorsal, preservando a artéria e veia toracodorsal. Uma das extremidades do flap foi destacada da região doadora, a partir de uma incisão na base mediodorsal, formando um retalho pediculado retangular. O flap foi, então, acomodado sobre a ferida e um tubo de comunicação entre a área doadora e a área receptora foi suturado. A síntese das bordas do flap e da ferida foi realizada em padrão simples separado com fio nylon 3-0, sem aproximação do tecido subcutâneo. No pós-operatório foi recomendado repouso, bandagem, medicamentos para analgesia e antibioticoterapia. No 3o dia pós-operatório observou-se, em ambos pacientes, edema e alteração na coloração, principalmente da porção distal do flap, provavelmente resultante de uma extensa manipulação do retalho durante a manobra cirúrgica por instrumentos cirúrgicos isquemiantes. Progressivamente, essas alterações tornaram-se menos intensas e a cicatrização tecidual evoluiu positivamente, fato que comprova a preservação da irrigação venosa e arterial e a viabilidade do flap cutâneo. No 30o dia foi realizada a retirada do tubo, de forma a prevenir complicações futuras, como traumatismo por pressão, avulsão ou laceração. Concluiu-se neste relato que o uso da técnica de flap tubular padrão axial toracodorsal mostrou-se eficaz na cirurgia reconstrutiva da região do cotovelo em cão.
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