Bartira Guerra-Santos
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Tatiana Maslowa Pegado de Azevedo
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Denise Soledade Peixoto Pereira
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Márcia Gomes de Souza
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Alessandra Danile de Lira
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia, Salvador, BA
Ricardo Castelo Branco Albinati
Universidade Federal da Bahia, Escola de Medicina Veterinária, Departamento de Produção Animal, Salvador, BA
Resumo
Objetivou-se avaliar a presença de ectoparasitos em tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) submetidas a diferentes níveis de salinidade. Foram utilizados 60 peixes, distribuídos aleatoriamente em 12 tanques e submetidos a quatro tratamentos: 0‰, 10‰, 20‰ e 25‰ de salinidade, com três repetições, por quatro meses. Durante esse período, foram realizadas análises de qualidade de água e, ao final do mesmo, procederam-se às análises parasitológicas. Os peixes foram anestesiados e, após secção medular, fez-se a colheita do muco da superfície corporal e das brânquias. Para observação e identificação dos parasitos, as brânquias foram colocadas em potes plásticos contendo água à temperatura de 55ºC; após 1 hora, foram agitados por 30 vezes e completados com formalina a 5%. O mesmo procedimento foi efetuado com a raspagem do muco da superfície corporal. Os potes contendo muco e brânquias ficaram em repouso após 24 horas, quando então o sobrenadante foi descartado e foi acrescido álcool a 70%. Os ectoparasitos foram observados com estereomicroscópio em placa de Petri. A ocorrência foi calculada de acordo com BUSH et al (1997) e a identificação dos parasitos foi feita seguindo as orientações de THATCHER (2006). Os parâmetros de qualidade de água estiveram dentro dos níveis de normalidade para a espécie. Os resultados mostraram na salinidade 0‰ a ocorrência de 53,00% de monogenoides nas brânquias. Na salinidade 10‰ não foi registrada a ocorrência de parasitos. Na salinidade 20‰ foram registrados 33,30% de monogenoides e 93,33% de piscinoodinium nas brânquias e 6,66% de monogenoides no muco. Quando a salinidade foi de 25‰ registrou-se a ocorrência de 20% de monogenoides e 66,70% de piscinoodinium. Os animais submetidos à salinidade de 20‰ apresentaram frequência elevada de piscinoodinium nas brânquias. Já os ectoparasitos monogenoides foram mais frequentes nos peixes mantidos em água com salinidade de 0‰. Novas pesquisas precisam ser feitas para melhor entendimento da predominância dos ectoparasitos em tilápias mantidas em diversas salinidades.