Estudo de um suposto foco de febre maculosa em Quirinópolis, Goiás
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Resumo
Foi analisada a suspeita de ocorrência da febre maculosa (FM) em Quirinópolis-GO por meio de inquérito sorológico em amostras de humanos, cães e equinos e identificação de carrapatos vetores. Em 2007, foram realizadas reações de imunofluorescência indireta (RIFI) para Rickettsia spp. em amostras de sangue colhidas de 28 pessoas do grupo de convívio de uma criança de três anos que apresentou sinais de riquetsiose após exposição a carrapatos. Dessas 28 pessoas, oito residiam em três propriedades rurais onde a criança esteve antes de apresentar o quadro enfermo. Nessas propriedades rurais também foram colhidas amostras de sangue de 5 cães e 42 equinos; somente entre os equinos houve soropositivos (28,6%). Não foi constatada a presença do carrapato Amblyomma cajennense, principal vetor de FM no Brasil. Sete indivíduos foram reagentes para Rickettsia spp., a maioria constituída por parentes paternos do caso suspeito. Os sinais e sintomas manifestados e os exames laboratoriais do caso suspeito indicaram quadro clínico compatível com riquetsiose. Em 2008, na mesma região, foram realizadas RIFI em amostras de 30 humanos sem sinais clínicos de FM e constataram-se 50% de soropositivos para Rickettsia spp. Adicionalmente, colheram-se amostras de sangue de 24 cães errantes, havendo um cão soropositivo. A evidência sorológica constatada no sangue de humanos e animais oriundos de Quirinópolis indica o seu contato com bactérias do gênero Rickettsia, o que sugere que a FM ou outra riquetsiose possam estar ocorrendo no Estado de Goiás sem que sejam devidamente diagnosticadas.
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