Mariane Angélica Pommerening Finger
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Curitiba, PR
Mariana Yumi Takahashi Kamoi
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Curitiba, PR
Peterson Triches Dornbusch
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Curitiba, PR
Ivan Deconto
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Medicina Veterinária, Curitiba, PR
Ivan Roque de Barros Filho
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Medicina Veterinária, Curitiba, PR
Alexander Welker Biondo
Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Agrárias, Departamento de Medicina Veterinária, Curitiba, PR
Resumo
Os cavalos de carroceiros são submetidos a longas jornadas de trabalho, muitas vezes sem alimentação e hidratação adequadas. Considerando o grande número de pessoas que se utilizam dessa atividade e a quantidade de animais envolvidos, frequentemente sendo a principal ou única fonte de renda de um grupo familiar, essa prática se impõe como importante questão de bem-estar animal e humano (FERRARO et al, 2008). O Projeto de Extensão ‘Carroceiro’, da Universidade Federal do Paraná, realizou o chamado “Dia do Carroceiro” no mês de junho de 2013 com 24 cavalos de tração no município de Pinhais – PR. Os proprietários responderam a um questionário sócio-educacional que também continha questões a respeito de manejo animal. Dos 24 animais, em 50% nunca havia sido efetuado o manejo dos cascos. Sendo que destes, 66,6% (8/12) apresentavam alguma alteração de casco, sendo a mais frequente o encastelamento. Dos animais que já haviam tido os cascos aparados, três apresentaram alterações como rachaduras e cascos achinelados. O casco apresenta a função de suportar o peso do animal, resistir ao desgaste, absorver o impacto, auxiliar na propulsão e no retorno sanguíneo da extremidade do membro e, dessa forma, reduz o surgimento de lesões no aparelho locomotor (NICOLETTI et al., 2000; CANTO, 2004). Sendo, portanto, o bom manejo do mesmo imprescindível para evitar futuras alterações patológicas, e garantir uma boa qualidade de vida e trabalho ao animal. As lesões de pele estão muitas vezes relacionadas ao uso de arreios e chicotes, ferimentos com cacos de vidro, madeira e cercas de arame farpado e alopecia pode estar relacionada à deficiência nutricional ou a presença de ectoparasitas. Cavalos de tração estão mais propensos a ter lesões, visto que carregam grandes cargas, por grandes distâncias e nem sempre com arreios adequados. Dos 24 cavalos, 25% (6/24) apresentavam lesão de pele, duas não foram descritas em qual região, duas em membros e duas na face (chanfro e comissura labial). Os dados obtidos demonstram a necessidade de inserção de políticas públicas para dar condições e orientação aos proprietários dos cavalos de carroça para que cuidem adequadamente dos seus animais.