Pesquisa de fungos filamentosos de potencial patogênico para serpentes constritoras da família Boidae mantidas em cativeiro no Museu Biológico do Instituto Butantan, São Paulo, SP

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B. C. Freire
V. C. Garcia
M. S. B. Lucas
S. R. T. Cardoso
G. Puorto
H. D. L. Bentubo

Resumo

Serpentes constritoras da Família Boidae têm sido criadas como animais de estimação, mas a manipulação inadequada desses animais pode favorecer infecções oportunistas que, eventualmente, restringem a qualidade de vida em cativeiro. Os trabalhos relacionados ao estudo da microbiota fúngica de potencial patogênico na superfície do corpo de serpentes constritoras são bastante escassos e relatos de casos clínicos de infecção são raramente publicados. O objetivo da presente investigação foi isolar e identificar os principais gêneros de fungos filamentosos de potencial patogênico que compõem a microbiota residente/transitória da superfície de sete espécimes de serpentes constritoras, sendo quatro amostras provenientes de sucuris (Eunectes murinus) e, as outras três, de jiboias (Boa constrictor constrictor), todas mantidas em cativeiro no museu biológico do Instituto Butantan. Todos os animais foram submetidos à contenção manual, conforme recomendado pelo Comitê de Ética para o Uso de Animais do Instituto Butantan (CEUAIB). Cada espécime foi submetido à fricção com quadrados de carpete esterilizados sobre seu dorso para a obtenção de amostras. Os carpetes foram enviados sob refrigeração para o Laboratório de Medicina Veterinária Preventiva do Complexo Veterinário da Universidade Cruzeiro do Sul, onde as amostras foram processadas. Cada carpete foi semeado em placas de Petri contendo os meios de ágar Sabouraud Dextrose e ágar Mycosel® (Difco® ). As placas foram incubadas em estufa a 25ºC durante 21 dias e submetidas a leituras a cada três dias para a verificação do crescimento de fungos filamentosos. Foram isolados os seguintes fungos filamentosos dos animais estudados: Acremonium sp, Aspergillus sp, Penicilium sp e Mucor sp. Todos os gêneros foram isolados, tanto das sucuris, como das jiboias. Apenas uma sucuri não apresentou colonização detectável em cultura. Não foram isolados fungos dermatófitos de nenhum espécime estudado nessa pesquisa. O isolamento de fungos filamentosos provenientes do ar na microbiota da superfície do corpo dos animais, tais como os identificados nesse trabalho, tem sido bastante comum e amplamente referido em investigações científicas. Contudo, embora esses fungos apresentem baixa virulência, o seu caráter oportunista, coloca as serpentes mantidas em cativeiro sob o risco de contraírem infecções sistêmicas potencialmente letais. O controle de tais infecções apoia-se na adoção de métodos que controlem a proliferação ambiental desses fungos. Um número maior de animais deverá ser investigado para que possa ser estabelecida, com maior exatidão, a frequência com que esses gêneros de fungos de potencial patogênico colonizam as serpentes constritoras, contribuindo para o estabelecimento de parâmetros destinados à identificação de micoses invasivas oportunistas nesses animais.

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Como Citar
FREIRE, B. C.; GARCIA, V. C.; LUCAS, M. S. B.; CARDOSO, S. R. T.; PUORTO, G.; BENTUBO, H. D. L. Pesquisa de fungos filamentosos de potencial patogênico para serpentes constritoras da família Boidae mantidas em cativeiro no Museu Biológico do Instituto Butantan, São Paulo, SP. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 2, p. 45-46, 10 nov. 2015.
Seção
RESUMOS CONPAVET