Alterações hematológicas em cães infectados pelo Hepatozoon canis

Conteúdo do artigo principal

Cleibiane Evangelista Franco Borges
Bráulio de Sousa Figueiró
Cássio Ribeiro Gomide
Tania Maria Pereira Alvarenga
Francisco Duque de Mesquita Neto

Resumo

A hepatozoonose é uma doença que acomete principalmente os
carnívoros domésticos, causada pelo protozoário Hepatozoon spp
que tem como principal vetor os carrapatos da espécie Riphicephalus
sanguineus. No Brasil, o Hepatozoon canis já foi diagnosticado
em diversos estados e a confirmação da hepatozoonose
é feita pela visualização da forma de gamontes do parasito em
esfregaço sanguíneo. Alterações hematológicas descritas em cães
infectados são: anemia, leucocitose e trombocitopenia. Por serem
pouco investigadas, freqüentemente a doença é descartada
como suspeita clínica, comprometendo o diagnóstico. O presente
trabalho teve como objetivo analisar os hemogramas realizados
de março a agosto de 2014, no Laboratório de Patologia Clínica
da Universidade Federal de Lavras, para pesquisa de gamontes
de Hepatozoon canis e das alterações hematológicas presentes
nos animais positivos. De 399 amostras examinadas, em seis
houve a visualização do Hepatozoon canis no esfregaço sanguíneo,
sendo constatadas as seguintes alterações hematológicas:
anemia normocítica normocrômica (n=3); hemácias nucleadas,
anisocitose e policromasia de hemácias (n=3); leucocitose (n=5),
sendo essa leucocitose neutrofílica em 4 amostras, onde dessas
ocorreu desvio a esquerda regenerativo em uma amostra; linfocitose
(n=3); linfopenia (n=1); monocitose (n=3); monocitopenia (n=1); eosinopenia (n=2); eosinofilia (n=2); trombocitose (n=1)
e trombocitopenia(n=2). Foram analisadas 20 amostras de um
grupo controle de animais não infectados por Hepatozoon canis,
recebidas no mesmo período, e realizou-se a média dos parâmetros
hematológicos encontrados nas mesmas. Os resultados
das médias foram: 7,17 x 106/mm³ (hemácias); 47,63% (volume
globular); 15,86 g% (hemoglobina); 11.007 /mm³ (leucócitos
totais); 7668/ mm³ (neutrófilos segmentados); 215,5 /mm³
(neutrófilos bastonetes); 532 /mm³ (eosinófilos); 2107 /mm³
(linfócitos); 384/mm³ (monócitos) e 354000 (plaquetas). As médias
encontradas para o grupo de amostras colhidas dos animais
infectados foram: 5,38 x 106/mm³ (hemácias); 37,3% (volume
globular); 12,38 g% (hemoglobina); 28200 /mm³ (leucócitos totais);
118983,5/ mm³ (neutrófilos segmentados); 938,25 /mm³
(neutrófilos bastonetes); 1352,5 /mm³ (eosinófilos); 5000 /mm³
(linfócitos); 1137,16/mm³ (monócitos) e 404333 (plaquetas). Os
valores observados no grupo controle diferem do grupo de animais
infectados, constatando-se uma média menor de valores do
eritograma e maior no leucograma dos animais infectados em
relação ao grupo controle.

Detalhes do artigo

Seção

CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS

Como Citar

Alterações hematológicas em cães infectados pelo Hepatozoon canis. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 13, n. 3, p. 6–11, 2016. DOI: 10.36440/recmvz.v13i3.28820. Disponível em: https://revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/28820. Acesso em: 5 dez. 2025.