Complicações inerentes à ovariohisterectomia: estudo retrospectivo do período compreendido entre os anos de 2006 e 2010, realizado no setor de obstetrícia e ginecologia do Hospital Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universida
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Resumo
A par da alta frequência de realização da ovariohisterectomia (OHE) na clínica cirúrgica de pequenos animais, com fins eletivos, terapêuticos ou preventivos, ainda são descritas diversas complicações inerentes a essa intervenção, sejam em momentos trans ou pós-operatórios, precoces ou tardios. Em estudo retrospectivo realizado no período compreendido entre os anos de 2006 e 2010, totalizando 95 casos de complicações inerentes à OHE em cadelas, destacou-se o granuloma por fios de sutura, 14,73% (14 casos atendidos), onde o material de composição dos fios agiu como corpo estranho indutor de resposta inflamatória do tipo crônica granulomatosa, em lojas ovarianas, coto uterino ou sutura de parede abdominal. Casualmente, tal reação mostrou-se agravada por aderências restritivas, comprometedoras da função urinária ou digestiva. A fistulação, com uma frequência de 33,68% (32), apresentou-se comumente associada a essa reação, caracterizada pela formação de trajetos fistulosos abertos em superfície cutânea – flanco ou linha média de abdome ventral - induzidos pela presença dos pontos de sutura subjacentes ou distantes. A remanescência ovariana, fragmentar ou total (28,42% ou 27 casos), mostrou-se como uma complicação tardia, revelada por quadros de estro recorrente ou piometra de coto (14,73% ou 14 casos), corroborando seu caráter iatrogênico. Outras complicações de caráter eminentemente séptico trazem à tona a relevância do rigor microbiológico envolvido em uma intervenção cirúrgica deste porte, seja na garantia de condições de antissepsia e assepsia para sua realização, seja na opção de tratamento antimicrobiano adequado em momento pós-operatório. Destacaram-se: peritonite focal em coto, com descarga vaginal sanguínea ou sanguínea purulenta, 5,2% (5) dos casos; e evisceração associada à peritonite difusa, em 2,1% (2). Intui-se, com esta descrição, um alertar para a exequibilidade do rigor técnico necessário a esta intervenção, além de colaborar com o controle do fenômeno da resistência bacteriana.
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