Análise de correspondência entre obesidade e hiperlipidemia em cães
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Resumo
As desordens lipídicas são relativamente comuns nos cães e estas condições podem ocorrer como resultado de um defeito primário no metabolismo de lipoproteínas ou como consequência de doença sistêmica subjacente. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de animais obesos com alterações nas concentrações de lipídios séricos e analisar a possível correspondência desta condição com grau de obesidade, sexo, idade e castração. Foram incluídos 30 cães obesos, com escore de condição corporal (ECC) igual ou superior a 8 (1-9) e um grupo controle de dez animais com ECC igual a 5 (1-9). Amostras de 5,0ml de sangue foram coletadas pela veia jugular dos animais em jejum alimentar de 12 horas. Estas foram centrifugadas para extração do soro e, na sequência, as dosagens bioquímicas foram realizadas, empregando-se kits comerciais. Os valores de referência adotados para colesterol total e triglicérides foram estipulados considerando-se o método convencional de estabelecimento do intervalo de normalidade. A partir dos valores encontrados para estas duas variáveis no grupo controle, foi estabelecida como normal a faixa compreendida entre a média ± dois desvios- -padrões. Dessa forma, o intervalo de normalidade resultante para a variável colesterolemia (COL) compreendeu de 154,1-268,4mg/dl e a trigliceridemia (TRIG) de 16,81-96,01mg/dl. A análise de correspondência múltipla foi utilizada com o objetivo de explorar as possíveis correspondências entre as variáveis estudadas. As médias de COL e TRIG dos grupos foram comparadas pelo teste de Wilcoxon (P<0,05). Nos animais com ECC 9 (n=21), foram encontradas frequências de 52,4% (n=11) de cães com hipercolesterolemia (COL média= 332,60±50,9mg/dl; mínima= 151,7 e máxima= 482,80mg/dl); e 33,3% (n=7) com hipertrigliceridemia (TRIG média= 89,30±40mg/dl; mínima= 42,30 e máxima= 182,40mg/dl). Nos animais com ECC 8 (n=9) as frequências encontradas foram de 22,2% (n=2) de hipercolesterolemia (COL média= 332,6±50,0mg/dl; mínima= 139,0 e máxima= 368,60mg/dl); e de 33,3% (n=3) de hipertrigliceridemia (TRIG média= 78,90±29,90; mínima= 35,10 e máxima= 122,50mg/dl). Estas alterações também apresentaram correspondência com o sexo feminino, faixa etária entre quatro e sete anos e a castração. Todavia, a elevação destes metabólitos foi moderada e não se situou em faixa de reconhecido risco à saúde.
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