O efeito do uso da dexametasona em associação à bupivacaína utilizados em bloqueio de plexo braquial - Relato de caso
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Resumo
O bloqueio de plexo braquial é uma das técnicas mais empregadas para analgesia nos períodos trans e pós-operatório imediatos das cirurgias distais ao cotovelo, pela praticidade da técnica e baixo custo. Na busca por um período de analgesia mais prolongado, diversos adjuvantes vêm sendo testados na espécie humana, entre os quais está incluída a dexametasona, mas ainda não foram realizados trabalhos com essa associação na espécie canina. O cão foi submetido à petidina (3mg/kg) intramuscular, indução anestésica com propofol (5mg/kg) e manutenção com isoflurano para realização de amputação de dígito e metacarpo. Após estabilização do animal em segundo plano anestésico, foi realizado o bloqueio anestésico de plexo braquial utilizando-se um estimulador de nervos periféricos, recebendo bupivacaína (2mg/kg) acrescida de dexametasona (0,5mg/kg). O animal foi avaliado a cada 10 minutos durante o ato cirúrgico, para verificar indícios de falha de bloqueio por meio de oscilações em variáveis cardiorrespiratórias ou atividade motora; já no período pós-operatório, foram utilizadas a Escala Visual Analógica e a Escala de Melbourne, sendo que valores superiores a 3 e 13, respectivamente, foram utilizados para a determinação do término do bloqueio sensitivo. O tempo decorrido entre o bloqueio e o final do ato cirúrgico foi de 120 minutos e a avaliação pós-operatória durou 195 minutos, totalizando 315 minutos de bloqueio sensitivo. Em estudos anteriores, Futema (1999), Pereira (2003) e Teixeira et al. (2013) determinaram um período médio de bloqueio de 66 minutos, três horas e 11 horas, respectivamente. A alta variabilidade no período de bloqueio, provavelmente, se deve ao local da administração do fármaco, onde em períodos prolongados como o observado por Futema tenha ocorrido a aplicação intraneural (interfascicular) ou ao menos dentro da bainha neural, enquanto nos períodos curtos observados por Teixeira a aplicação deve ter sido realizada fora da bainha neural. No presente trabalho a administração foi perineural pelo receio, ainda observado na literatura, dos efeitos da dexametasona administrada no espaço intraneural. Deste modo, este relato é um forte indicativo de que a dexametasona prolonga o período de bloqueio do plexo braquial em administrações extraneurais de bupivacaína e novos estudos precisam ser realizados para a avaliação da toxicidade e efetividade da dexametasona administrada dentro da bainha neural.
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