Efeito da senescência canina em amostras seminais: Estudo retrospectivo de 248 casos (2003-2016)
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Resumo
Atualmente, a expectativa de vida dos cães está em ascensão e tal fato é acompanhado pelo prolongamento das suas atividades de reprodução. Para tanto, biotecnologias da reprodução passam a ser necessárias também para cães senis. Contudo, pouco se conhece sobre a fisiologia do envelhecimento e do potencial reprodutivo de cães idosos. O presente trabalho foi delineado para avaliar o efeito da senescência reprodutiva na qualidade seminal de cães. Para tal, foram utilizados dados retrospectivos referentes à avaliação seminal de 248 cães machos, alocados de acordo com a idade, em grupos de cães jovens (porte pequeno menos de anos, porte médio e grande com menos de seis anos; n=118) e idosos (porte pequeno ≥ oito anos, porte médio e grande ≥ seis anos; n=130). Desta maneira, foram consideradas as variáveis de libido (escore de 0 a 3), volume da segunda fração do ejaculado (mL), aspecto do ejaculado (escore de 1 a 3), motilidade espermática (0 a 100%) e vigor (0 a 5), concentração espermática (espermatozoides/ mL), integridade de membrana acrossomal (coloração de Fast Green/Rosa Bengala) e plasmática (coloração de Eosina/Nigrosina) e defeitos morfológicos (Eosina/Nigrosina). Os dados foram avaliados pelo teste t de Student ou Wilcoxon (p≤0,05). Os cães jovens apresentaram maior libido (2,7±0,05 e 2,4±0,06), motilidade espermática (80±1,4% e 73±1,4%), integridade de membrana plasmática (86,6±1,3% e 82,4±1,2%), aspecto do ejaculado (2,6±0,06 e 2,4±0,06) e vigor espermático (3,3±0,7 e 2,9±0,06), assim como menor porcentagem de gotas proximais (1,7±0,4% e 23,5±2,4%), gotas distais (1,2±0,2% e 2,8±0,5%), defeitos espermáticos maiores (10±1,0% e 32,8±2,2%) e defeitos totais (16,5±1,4% e 39,6±2,2%), em relação aos cães senis, respectivamente. As demais variáveis não apresentaram diferença entre os grupos. A conclusão obtida foi que na senescência ocorre um efeito deletério na qualidade seminal de cães. Tal fenômeno pode estar relacionado à redução na produção de testosterona em animais senis, que prejudica a espermatogênese, e ocasiona maior porcentagem de espermatozoides com defeitos morfológicos primários (defeitos maiores e gota proximal) e lesão de membrana plasmática, o que afeta diretamente a motilidade e o vigor espermático. Em resumo, foi constatado que os animais senis possuem sêmen de qualidade inferior, o que determina restrições para a sua utilização em atividade de reprodução.
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