Alterações hemodinâmicas na próstata e testículos de cães acometidos por hiperplasia prostática benigna e tratados com finasterida
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Resumo
A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é a afecção mais comum na senescência canina. O tratamento de escolha para a HPB é a orquiectomia; contudo, esta não é opção para cães reprodutores. Assim, a terapia com finasterida é considerada uma alternativa. Entretanto, ainda há poucos estudos avaliando a influência do emprego da finasterida na vascularização da próstata e testículos de cães. O presente trabalho foi delineado para avaliar os efeitos do tratamento com finasterida nas variáveis vasculares e hemodinâmicas da próstata e testículos de cães acometidos pela HPB. Para tal, foram selecionados dez cães de raças e idades (5-13 anos) variadas. Os grupos experimentais foram constituídos de cães acometidos pela HPB (n=5) e cães com HPB e tratados com finasterida (HPB+F - n=5). Três avaliações foram realizadas, com intervalo mensal entre elas (Dia 0 – início do tratamento com finasterida, 30 dias e 60 dias). Foi realizada a ultrassonografia em modo-B para mensuração do volume da próstata e testículos. Com a ultrassonografia Doppler colorido, foi avaliado o escore de vascularização da próstata (1-3). O perfil hemodinâmico das artérias prostática e testicular foi mensurado com o Doppler espectral. Os dados foram analisados com o emprego do teste t de Student (p≤0,05). No dia 60, o volume da próstata foi superior no grupo HPB (68,8±9,7 cm3) em comparação ao HBP+F (42,5±12,3 cm3). Além disso, o escore de vascularização no dia 60 foi maior no grupo HPB (2,4±0,2) em relação ao grupo HPB+F (1,6±0,2). Na análise por Doppler espectral, foi observado maior índice de pulsatilidade da artéria testicular no grupo HPB (2,1±0,2) em relação ao HPB+F (1,9±0,1). Os demais índices hemodinâmicos não apresentaram diferença significante. Assim, a terapia com finasterida reduziu o volume da próstata após 60 dias de tratamento e, simultaneamente, promoveu a redução da angiogênese provocada pela HBP. Ainda, a terapia com finasterida reduziu o índice de pulsatilidade da artéria testicular; portanto, é capaz de reduzir a eficiência da espermatogênese. Em conclusão, o período de tratamento (dois meses) com finasterida promoveu redução do volume e vascularização da próstata. Ainda, a terapia está possivelmente associada à regulação da homeostase vascular dos testículos, sugerindo a análise do índice de pulsatilidade como possível marcador para prognóstico da HPB em cães.
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