Avaliação da série histórica 2000-2009 e dinâmica das áreas de risco para a raiva dos herbívoros no estado de Goiás
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Resumo
A raiva é uma encefalomielite viral aguda e fatal que pode acometer todos os mamíferos, causando um prejuízo subestimado em 30 milhões de dólares anuais à pecuária. A vacinação contra o vírus da raiva é uma forma segura e eficiente de prevenir a infecção dos animais. Desde 2005, a publicação da Instrução Normativa n. 01/2005 (IN n. 01) da AGRODEFESA determinou 119 municípios como áreas de alto risco para a raiva dos herbívoros em Goiás. Nessas localidades a vacinação de herbívoros domésticos ocorre duas vezes ao ano. O trabalho avaliou a eficácia da estratégia de vacinação contra raiva de herbívoros domésticos e, a partir das evidências, propõe uma nova configuração das áreas de vacinação obrigatória em Goiás. O número de exames laboratoriais para raiva de bovinos e equinos realizados no período de cinco anos foi comparado antes e depois da publicação da IN n. 01. A dinâmica temporal da raiva foi avaliada por meio da análise da curva de tendência dentro da série histórica 2000 a 2009 e para a avaliação das áreas de risco foram adotados os conceitos de receptividade e vulnerabilidade. Foram analisados 3.939 exames laboratoriais para a raiva animal de bovinos oriundos de 19 municípios amostrados. Do total de exames, 65,75% apresentaram resultados negativos para a raiva. Os resultados positivos representaram uma taxa de infecção geral de 34,25%. Houve forte tendência de aumento do número de casos de raiva na primeira metade da série histórica analisada (16x + 142,5; R2 = 1,8) e uma tendência de queda do número de casos na segunda metade da série histórica (-35x + 183; R2 = 0,86). Também foi identificada uma fortíssima correlação entre a vacinação e a redução do número de casos de raiva na segunda metade do estudo (p < 0,05; r = 0,99). O teste do qui-quadrado apontou diferença significativa entre a incidência de raiva nas áreas de risco antes e depois da IN 01 (X2 = 584,14; p < 0,05). Ao final do levantamento 90 municípios foram classificados como áreas de alto risco para a raiva com base nos critérios descritos, o que significou uma redução de 24,3% dessas áreas. O número de diagnósticos laboratoriais negativos para a raiva pressupõe a ocorrência de outras enfermidades com sintomatologia nervosa e a vigilância epidemiológica em áreas de grandes empreendimentos ou que sofreram grandes modificações no espaço agrário deve ser priorizada.
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