Análise de multicritério para avaliar o risco para a febre aftosa no estado do Rio Grande do Sul
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Resumo
A Análise de Risco (AR) é um instrumento preconizado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) para que os países-membros interessados a utilizem para buscar um nível adequado de proteção na sanidade de seus rebanhos. Empregada há pouco mais de uma década na área da saúde animal e, portanto, considerada uma técnica recente, o uso da AR tem crescido rapidamente dentro dos Serviços Veterinários Oficiais (SVO) dos países e hoje é utilizada rotineiramente para avaliação, mensuração e mitigação de riscos. Além da AR de importação, outras relacionadas com a introdução de patógenos por animais silvestres de vida livre e aves migratórias, bioterrorismo, sistemas de vigilância e também com a saúde pública, tais como água e animais de companhia, têm sido relatadas por diversos SVO no mundo. Em 2012, o Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio e a Superintendência de Agricultura do Rio Grande do Sul do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em conjunto com o Laboratório de Epidemiologia Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul iniciaram uma AR utilizando a técnica de análise multicritérios para avaliar as áreas com maior probabilidade de entrada do vírus da febre aftosa (VFA) no RS e as suas consequências (ou seja, áreas de maior risco), bem como propor medidas de mitigação. Inicialmente, utilizando uma adaptação da técnica de priorização de riscos (risk priority number), foi efetuada a classificação dos caminhos com maior risco para a entrada e disseminação do VFA no RS. Posteriormente, foram definidas 28 variáveis para compor a análise multicritério, visando a caracterizar as áreas de maior risco para a doença. A ponderação dos pesos por variável foi realizada pela consulta de 13 especialistas da área. Utilizando-se os dados das variáveis e de seus respectivos pesos, com a utilização do software Idrisi® versão Selva, foram modelados os mapas de probabilidade de introdução, probabilidade de disseminação e de risco da febre aftosa no RS nos municípios. Ainda, a partir de outras quatro variáveis e dos seus respectivos pesos, foi avaliado o sistema de vigilância no Rio Grande do Sul, que foi incorporado ao modelo de risco, resultando numa caracterização espacial das regiões com seu respectivo risco residual para a febre aftosa. Esse estudo poderá auxiliar tecnicamente os tomadores de decisão a determinar medidas que possam mitigar o risco da introdução e disseminação do VFA nas áreas de maior risco no Estado e, ainda, na decisão de se alterar o status sanitário para a febre aftosa, passando para área livre de febre aftosa sem vacinação, o que possibilitará a abertura de novos mercados para os produtos da pecuária gaúcha.
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