Primeira ocorrência de encefalopatia espongiforme bovina atipica no estado de Mato Grosso em 2014
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Resumo
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma enfermidade degenerativa não contagiosa que afeta o sistema nervoso central de bovinos, causada por uma proteína infectante denominada “príon”. Existem dois tipos de EEB em bovinos: a forma clássica e a forma atípica. A EEB clássica é transmitida por alimentos contaminados com o príon oriundo de produtos obtidos a partir de animais infectados, os sinais clínicos são nervosismo, reação exagerada a estímulos externos e dificuldade de locomoção, queda na produção de leite e diminuição de apetite. É uma doença crônica, cujos sinais clínicos se agravam com o passar do tempo, com longo período de incubação (média de quatro a cinco anos). A EEB atípica é causada por príons ligeiramente diferentes do que causa a EEB clássica. Essa diferença é relacionada à massa molecular do príon, que pode ser menor do que o príon da EEB clássica (conhecido como L-EEB) ou maior (H-EEB) e ocorre em animais mais velhos acima de nove anos. A origem não está totalmente esclarecida, a teoria mais aceita é que essa apresentação rara é uma forma espontânea da doença, não se relacionando com ingestão de alimentos contaminados. Neste estudo relata-se o primeiro caso de EEB atípico ocorrido em Porto Esperidião/MT - 2014, em uma fêmea bovina de 12 anos, raça Nelore, nascida e criada na mesma fazenda, em sistema de produção a pasto e sal mineral, enviada ao abate em 19/03/2014 devido a problemas reprodutivos. A vaca chegou ao matadouro em decúbito esternal e com sinais de fadiga muscular, sendo direcionada ao abate de emergência com colheita de amostras para teste laboratorial no Lanagro-PE, conforme protocolo de vigilância para EEB. Em 14/04/2014, o Lanagro-PE emitiu laudo positivo para marcação priônica. Investigações complementares de campo, envolvendo 11 propriedades com vínculo de movimentação animal, identificaram 49 animais do “coorte” (nascidos um ano antes e um ano depois do nascimento do caso). Ao exame clínico não foram evidenciadas alterações e os animais foram sacrificados e destruídos. Amostras de tecido nervoso desses animais foram submetidas ao teste para EEB no Lanagro-PE e resultaram negativas em 01/05/2014. O laboratório de Weybridge, do Reino Unido, em 01/05/2014, informou resultado positivo na imuno-histoquímica, e análise por westernblot da amostra positiva foi realizada e o resultado da classificação conclusiva de BSE atípica (H-BSE) foi emitido em 6/6/2014. Esse resultado corrobora com as investigações epidemiológicas desenvolvidas a campo de que se trata de caso espontâneo, sem qualquer correlação com a ingestão de alimento contaminado, e que pode ser detectado em qualquer país do mundo que tenha um sistema de vigilância robusto e transparente como o do Brasil.
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