Multirresistência antimicrobiana de Staphylococcus aureus isolados de rebanhos mestiços leiteiros do norte do estado de Minas Gerais, Brasil

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L. M. V. Silva
A. X. Alberico
C. N. Souza
L. L. M. Guedes
A. C. S. Pena
P. H. B. B. Maia
J. W. G. Lima
M. G. Teixeira

Resumo

A mastite bovina é uma inflamação da glândula mamária e sua disseminação depende da interação entre o homem, o animal, os ambientes e os agentes patogênicos que desencadeiam o processo inflamatório. A doença causa grandes perdas econômicas nos setores da indústria de laticínios. Um dos microrganismos identificados em maior frequência no leite é o S. aureus, patógeno causador de mastite crônica e produtor de toxinas estáveis ao calor. O tratamento para as infecções intramamárias é efetuado com a utilização de antimicrobianos, mas, na maioria das vezes, esses produtos são empregados de forma errônea e abusiva, o que contribui para o aumento da resistência de microrganismos patogênicos e cria dificuldades para o tratamento das infecções. O presente trabalho foi delineado para avaliar a multirresistência antimicrobiana de estirpes de S. aureus isoladas de glândulas mamárias bovinas com mastite subclínica em rebanhos mestiços leiteiros de dez propriedades localizadas nas regiões do norte do Estado de Minas Gerais, Brasil, totalizando 500 tetos. As amostras foram analisadas por isolamento e identificação microbiana efetuados com a metodologia convencional. O perfil fenotípico de sensibilidade a antimicrobianos das estirpes isoladas foi determinado pela técnica de difusão em disco. O índice de multirresistência das estirpes isoladas foi determinado com o índice MAR. Em 15% (755/500) das amostras examinadas foi identificado o S. aureus, sendo que em duas das propriedades o microrganismo foi identificado em 100% das amostras examinadas. Os resultados do antibiograma revelaram que as estirpes de S. aureus isoladas foram resistentes à gentamicina (2,15%), amicacina (2,2%), amoxicilina (62%), cefoxitina (6%), oxacilina (5%), ciprofloxacino (1%), ampicilina 69% e cefalexina (92%). As estirpes isoladas apresentaram maior resistência para as bases penicilina, amoxicilina e ampicilina, e 5% das estirpes isoladas foram classificadas como S. aureus meticilina resistente (MRSA). O índice de múltipla resistência aos antimicrobianos (MAR) variou de 0 a 0,6, com média de 0,23 para as propriedades analisadas. Em 100% das propriedades foram isoladas estirpes MAR. A conclusão obtida foi que, nos rebanhos mestiços leiteiros na região norte do Estado de Minas Gerais, há uma alta frequência de ocorrência de estirpes de S. aureus multirresistentes, achado preocupante quanto ao risco de veiculação de microrganismos e resíduos de antibióticos para os seres humanos, além do comprometimento da sustentabilidade da produção em virtude da mastite crônica contagiosa nos rebanhos. 

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Como Citar
SILVA, L. M. V.; ALBERICO, A. X.; SOUZA, C. N.; GUEDES, L. L. M.; PENA, A. C. S.; MAIA, P. H. B. B.; LIMA, J. W. G.; TEIXEIRA, M. G. Multirresistência antimicrobiana de Staphylococcus aureus isolados de rebanhos mestiços leiteiros do norte do estado de Minas Gerais, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 14, n. 3, p. 85-86, 21 dez. 2016.
Seção
III SIMPÓSIO DE QUALIDADE DO LEITE