Avaliação de um abrigo de gatos no estado do Paraná, Brasil

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R. C. M. Garcia
E. C. Arruda
S. Monsalve
M. C. Pinto
V. Bontorin
N. Neumann

Resumo

Gatos em situação de abrigo tendem a apresentar estresse crônico como consequência dos problemas da manutenção dos animais, principalmente referentes ao confinamento, que frequentemente é prolongado e inadequado. A superlotação afeta negativamente as liberdades nutricional, sanitária, ambiental, comportamental e psicológica dos animais, afetando negativamente seu bem-estar e adotabilidade. O trabalho foi delineado para diagnosticar os fatores que potencialmente podem afetar o bem-estar dos gatos de um abrigo, como parte de um projeto realizado durante a disciplina de Medicina Veterinária do coletivo da Universidade Federal do Paraná. Em todos os gatis (n=24) foram avaliadas: a densidade de gatos; o número de camas, caixas de areia, arranhadores, comedouros e bebedouros; o acesso à luz; a proteção das condições climáticas; a verticalização do espaço; a limpeza do ambiente; e o acesso a tratamento médico-veterinário. Posteriormente foram amostrados seis gatis, referentes a 25% do universo total; também amostras aleatórias de 30% dos animais em cada gatil para avaliação individual composta por avaliação comportamental (resposta do animal quanto a interação inter e intraespecífica) e avaliação física (escore corporal; presença de lesões de pele e de secreção oculonasal). Quanto à densidade nos gatis, 16,6% (n=4) possuíam a metragem mínima recomendada para abrigos de 0,8 m² por animal, considerado adequado pela literatura; 21% (n=5) era inferior a 0,5 m²; apenas 21% (n=5) gatis possuíam pelo menos uma cama por animal. A proporção de caixas de areia por animal nos gatis variou de 1:1 até 1:6, inferior ao recomendado. Um total de 29% dos gatis não possuía arranhadores ou qualquer outro brinquedo. A distribuição de comedouros variou de 1:0,8 até 1:5,7 e bebedouros de 1:2,5 e 1:5,7, sendo o indicado no mínimo 1:1. Avaliação individual foi realizada em 25 gatos, dos quais 67% (n=16) apresentaram comportamento de fuga ou não interagiram com a aproximação de humano e até mesmo de sua própria espécie; 33% (n=8) apresentavam dermatopatias, peso abaixo do ideal e secreção ocular. A estrutura física estava em bom estado de conservação, com cortinas de plástico para proteção contra intempéries, permitindo acesso ao sol por todos os animais. No entanto, a alta densidade e o inadequado número de recursos básicos fornecidos como caixas de areia, camas, comedouros e bebedouros, como também a falta de enriquecimento ambiental, são fatores que interferem negativamente no bem-estar dos animais. O conjunto desses fatores prejudica a situação de vida dos gatos, levando ao estresse crônico, dificultando sua adotabilidade e aumentando a possibilidade de apresentação de problemas comportamentais e de saúde. É imperiosa a capacitação dos mantenedores para as necessidades dos felinos e para o gerenciamento adequado de um abrigo, para melhorar as condições de manutenção e o bem-estar dos animais. 

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Como Citar
GARCIA, R. C. M.; ARRUDA, E. C.; MONSALVE, S.; PINTO, M. C.; BONTORIN, V.; NEUMANN, N. Avaliação de um abrigo de gatos no estado do Paraná, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 1, p. 93-94, 1 jan. 2017.
Seção
VII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO