Aspectos epidemiológicos da esporotricose felina no município de Curitiba, estado do Paraná, Brasil, entre 2014 e 2016

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L. H. E. Rüncos
K. F. Braga
S. S. Ribeiro
F. S. Monti
K. D. Chi
M. R. Farias

Resumo

A esporotricose é uma zoonose de etiologia micótica, causada pelo Sporothix spp. e pode ser transmitida por inoculação traumática por meio de arranhadura, mordedura ou material secretório de animais contaminados. A doença tem maior incidência em clima tropical e no Brasil, na atualidade, o estado com maior número de casos relatados é o Rio de Janeiro. No sul do Brasil parece haver menor incidência da doença, porém há escassez de publicações sobre os aspectos epidemiológicos nessa região. Este trabalho descreve os aspectos epidemiológicos da esporotricose felina no município de Curitiba, estado do Paraná, Brasil. Os gatos foram atendidos na Clínica Veterinária Escola da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e encaminhados pela Unidade de Vigilância e Zoonoses do município de Curitiba. No total foram atendidos 89 gatos com suspeita da doença, dos quais 66 (74%) apresentaram resultados positivos nos exames citológicos, histopatológicos e cultura fúngica, e 23 (25,8%) apresentaram apenas diagnóstico clínico. Do total de positivos, 82 (92%) gatos eram sem raça definida, 6 (7%) eram siameses e 1 (1%) persa. A média de idade foi de 33 meses, variando de 10 meses a 7 anos de idade. Em relação ao sexo, 58 (65%) gatos eram machos, e 50 (56%) não eram esterilizados. Quanto ao habitat, a maioria dos gatos, 68 (77%), eram semidomiciliados com acesso à rua, 14 (16%) eram domiciliados sem acesso à rua, e 6 (7%) eram totalmente externos. Em relação a região de origem dos gatos, 32 (35,9%) eram do bairro CIC, 10 (11,2%) do bairro Rebouças e 9 (10,1%) do bairro Campo Comprido, porém 31 (34,8%) não informaram o bairro de origem. Os bairros CIC e Campo Comprido são distantes do centro da cidade e de condições socioeconômicas baixas. Do ponto de vista epidemiológico, a esporotricose felina acomete principalmente animais adultos jovens, machos, púberes, não castrados, mestiços, semidomiciliados ou comunitários. Dentre os tutores dos gatos, sete foram contaminados com a doença, reforçando a importância de se investir em educação comunitária, tanto em relação a transmissão quanto a importância do controle da população semidomiciliada.

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Como Citar
RÜNCOS, L. H. E.; BRAGA, K. F.; RIBEIRO, S. S.; MONTI, F. S.; CHI, K. D.; FARIAS, M. R. Aspectos epidemiológicos da esporotricose felina no município de Curitiba, estado do Paraná, Brasil, entre 2014 e 2016. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 3, p. 90-90, 1 mar. 2017.
Seção
VIII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO