Pododermatite plasmocítica felina - relato de caso
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Resumo
Pododermatite plasmocítica felina (PDF) é uma dermatose rara que se traduz no comprometimento dos coxins palmo-plantares. Sua etiopatogenia é desconhecida, porém o evidente infiltrado plasmocitário tecidual e a satisfatória resposta esteroidal, em dosagem imunossupressora, sugerem doença imunemediada. Atendeu-se no Serviço de Dermatologia da FMVZUSP, um felino, macho, quatro anos de idade e sem precisa definição racial, apresentando histórico de lesões cutâneas, caracterizadas por edema, localizadas em múltiplos coxins, com período de evolução de um ano. À avaliação dermatológica foi observada a presença de tumor, crostas hemáticas e úlceras localizadas em coxins (palmar e plantar). O exame histopatológico revelou o espessamento da epiderme por acantose e a presença de infiltrado inflamatório constituído quase, exclusivamente, por plasmócitos, localizado na derme papilar e reticular. Estabelecido o diagnóstico de pododermatite plasmocítica felina, instituiu-se, inicialmente, terapia com prednisolona (3,5 mg/Kg/"per os") durante 21 dias, porém não houve a esperada redução das lesões podais. Optou-se, portanto, pela interrupção do glicocorticóide sistêmico e pela introdução de outro ativo com ação imunomoduladora, a doxiciclina, na dose de 10 mg/kg/"per os" a cada 24 horas, sendo observado resolução parcial do quadro após 21 dias de tratamento. Na sequência associouse pomada de flucinolona a 0,02%, a cada 12 horas, em todos os coxins, ocorrendo total resolução da úlcera e do exsudato sanguinolento após 15 dias de uso, permanecendo, tão somente, o edema nas referidas regiões. O período total de uso da doxiciclina foi de três meses e meio. Já o tratamento tópico com a flucinolona (com gradual redução de sua frequência de aplicação) se estendeu por 11 meses até total remissão do quadro lesional tegumentar. O prognóstico da PDF, geralmente, é bom, apesar de seu caráter recidivante e da necessidade de longo período de manutenção terapêutica.
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