Síndrome do banho-e-tosa - estudo amostral em cães que frequentaram o hospital veterinário da Universidade Federal de Lavras

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L. A. R. Carvalho
C. A. L. Leite
Y. C. P. Souza
F. R. P. Bruhn
V. C. Figueiredo

Resumo

A Síndrome do Banho-e-Tosa (SBT) pode ser definida como um conjunto de consequências maléficas para a saúde e bem estar dos animais de companhia, oriunda dos serviços de beleza e estética animal (SBEA). Visando proporcionar um panorama dos riscos advindos da frequência de cães aos SBEA, foi aplicado um questionário a 66 proprietários que frequentaram o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras e que levaram seus cães a esses serviços. Esses proprietários foram interrogados sobre problemas apresentados por seu animal após o retorno dos SBEA por meio de entrevista estruturada em formulário próprio. Observou-se que o prurido auricular respondeu pela maior parte das reclamações (37,88% dos proprietários), juntamente com balançar de cabeça (19,70%), ambos possíveis indícios de otopatia. Alguns procedimentos realizados pelos SBEA e considerados de risco para a instauração de otopatias podem ser a causa desses índices, como produtos de higiene auricular e instrumental inadequados, não utilização de tampões auditivos no pré-banho, depilação intra-auricular e uso excessivo de secadores e/ou sopradores. Em segundo lugar no número de queixas foram observadas as dermatopatias (34,85%), permitindo inferir uma alta relação de problemas dermatológicos e frequência em SBEA. Em seguida foram apontados distúrbios comportamentais, manifestados por relatos de medo e ansiedade (28,79%), choro constante (7,58%) e agressividade (7,58%). Há forte correlação entre essas alterações e fatores como transporte, acondicionamento em gaiolas, manejo inadequado e contato com outros animais. As oftalmopatias corresponderam a 12,12% de queixas, provavelmente devido à utilização de produtos químicos irritantes, calor do secador e traumatismos por instrumental. Também foram relatadas alterações sistêmicas como vômito (4,55%), convulsão (3,03%) e intoxicação (1,52%). Pode-se concluir que há uma alta incidência de problemas atribuídos à frequência do animal em SBEA, havendo necessidade de legislação mais específica e menos permissiva no que diz respeito a esses estabelecimentos, a fim de controlar o despreparo e, consequentemente, a alta taxa de ocorrências de SBT nos animais que utilizam este serviço.

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Seção

RESUMOS CONBRAVET

Como Citar

Síndrome do banho-e-tosa - estudo amostral em cães que frequentaram o hospital veterinário da Universidade Federal de Lavras. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 11, n. 1, p. 59–59, 2013. Disponível em: https://revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/5400. Acesso em: 5 dez. 2025.