Considerações sobre a importância econômica de rhipicephalus (boophilus) microplus e a utilização de estimativas de prejuízo financeiro como ferramenta para formulação de políticas públicas no Brasil
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Abstract
No Brasil, durante a década de 80, foi realizada a primeira estimativa de prejuízos atribuídos ao R.(B.) microplus em nível nacional. O estudo fazia parte da etapa inicial de elaboração de uma proposta de Programa Nacional de Combate aos Carrapatos e Berne coordenado pelo Ministério da Agricultura, que não chegou a ser instituído. Para o trabalho, além da aplicação de inquérito epidemiológico para diagnóstico de distribuição, frequência e intensidade de infestações por carrapato nos municípios brasileiros, foram utilizadas informações fornecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE; instituições de ensino e pesquisa; serviços de inspeção, defesa sanitária e extensão rural; e pelos demais setores envolvidos da administração pública, da indústria, do comércio e de produção. Considerando os impactos na produção de leite, carne e couro, natalidade e mortalidade, gastos com equipamentos, produtos e mão de obra, e ainda com atividades de ensino e pesquisa, as perdas relacionadas ao parasitismo pelo carrapato dos bovinos, durante o ano de 1983, foram estimados em 968 milhões de dólares. Atualmente, de acordo com o levantamento mais recente, os prejuízos relacionados somente à redução de produção de carne e leite seriam de 3,9 bilhões de dólares por ano. Entretanto, embora as avaliações financeiras constituam etapa inicial das avaliações econômicas, são consideradas insuficientes para orientar tomadas de decisão por parte da administração pública, pois não quantificam o retorno potencial da adoção de medidas e alocação de recursos. Para esse fim, as estimativas de impacto econômico são a alternativa mais adequada, pois consideram, entre outras questões, aspectos não financeiros da relação custo-benefício e o retorno para toda a sociedade e não apenas para os setores envolvidos diretamente. Para a realização dos cálculos, recomenda-se ainda, a utilização de dados produzidos nas condições brasileiras, por meio da aplicação de modelos estocásticos de avaliação do impacto do parasitismo sobre a produção animal e de análises da relação custo-benefício da adoção de medidas de controle. Dados esses, inexistentes atualmente. Além de especialistas em Parasitologia Veterinária, é reconhecida a necessidade de participação de Economistas e Epidemiologistas para a realização de estudos dessa natureza. O Brasil é um dos poucos países do mundo em que o R. (B.) microplus ocorre com alta intensidade que não possui uma política oficial de combate.
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