Bloqueio de receptores β adrenérgicos altera parâmetros imunes em um modelo de estresse psicológico: coabitação com parceiro doente
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Abstract
Introdução: o sistema nervoso simpático (SNS) contribui para os efeitos relacionados ao estresse com a síntese de catecolaminas por meio de inervações simpáticas em tecidos linfóides. Já foi demonstrado que a coabitação com parceiros da mesma espécie portadores da forma ascítica do tumor de Ehrlich (T.A.E), determina um estresse psicológico, que provocou nos animais companheiros mudanças em parâmetros comportamentais e imunes. Tem sido demostrado que os tumores produzem componentes orgânicos voláteis, que são liberados para a atmosfera pela urina, suor e respiração. Analisando-se esta vertente, foi aventada a hipótese de que os odores liberados pelas camundongas injetadas com o tumor seriam responsáveis pelas mudanças neuroimunes relatadas nos conespecíficos saudáveis e que os roedores teriam a sua fisiologia e homeostase modificadas por esta estimulação olfativa aversiva.
Objetivos: Estudar os efeitos do bloqueio de receptores β2-adrenérgicos sobre parâmetros de imunidade inata em um modelo de estresse induzido pela coabitação (11 dias) com um parceiro inoculado com T.A.E.
Métodos: 1- Formação dos grupos: Os experimentos foram realizados com 64 camundongas Swiss (7-9 semanas) divididas em quatro grupos iguais (oito/grupo). Uma camundonga em cada par no grupo controle foi tratada (i.p) com o veículo (dia experimental 1 - ED1) e a outra foi mantida intocável até ED6 e foi referida como CHP (companheiro de parceiro saudável). Entre ED6 e ED11 estes CHP foram tratados com veículo (CHP1) ou com propranolol (CHP2). Nos grupos experimentais, um animal por par de camundongos foi inoculado com 5 x 106 células de tumor de Ehrlich (i.p) e o outro animal não foi manipulado até ED6 e foi referido como CSP (companheiro do parceiro doente). Entre ED6 e ED11 os CSP foram tratados com veículo (CSP1) ou com propranolol (CSP2). 2- Fármacos: Propranolol -antagonista β-adrenérgico não seletivo diluído em solução de NaCl 0,9%; usado na dose 20 mg/kg/dia por via i.p. para avaliação por citometria de fluxo das células NK esplênicas e plasmáticas. 3- A quantificação da corticosterona sérica foi realizada por um kit de ELISA conforme as instruções do fabricante. 4- As glândulas foram retiradas cirurgicamente e pesadas em balança de precisão para a análise do peso relativo do órgão (peso glândula adrenal/peso total do animal). 5- ESTATÍSTICA: Na análise estatística foram consideradas significantes as análises com p<0,05.
Resultados e conclusões: foi demonstrada uma maior migração de células NK do sangue para o baço de companheiros do animal doente (CSP); este parâmetro foi revertido pelo pré-tratamento com propranolol. A administração de propranolol não interferiu com os níveis de corticosterona sérica e com o peso relativo das glândulas adrenais.
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