Influência da idade na cognição e comportamento de ratas
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Abstract
Introdução e objetivos: o envelhecimento populacional é um grande desafio para as políticas públicas de saúde, pois afeta a funcionalidade do idoso, gerando repercussões sobre o aspecto comportamental e cognitivo. Sabe-se, que os modelos animais são fundamentais para a pesquisa, pois mimetizam algumas características de um estado patológico específico, favorecendo a sua compreensão e o desenvolvimento de terapias. O presente trabalho analisou comparativamente o perfil comportamental de ratas jovens e ratas que estavam entrando em um processo de envelhecimento natural.
Material e métodos: foram empregadas ratas com três meses (n=10) e 12 meses de idade (n=10), as quais foram submetidas ao teste de campo aberto, labirinto em cruz elevado, caixa claro escuro e labirinto de Barnes. Todos os procedimentos foram realizados em conformidade com a Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FMVZ/USP sob protocolo nº 3047∕2013. Resultados e discussão: foram observadas diferenças significantes entre os grupos em todos os testes comportamentais. No campo aberto houve diminuição na frequência de levantar (3,18±1,16) e grooming (1,33±0,33) nas ratas senescentes (p<0, 0001), porém não houve diferenças significantes na distância total percorrida. Com relação aos resultados do labirinto em cruz elevado, as ratas senescentes gastaram menos tempo (11,3±3,6; p<0,01) e tiverem menor número (1,0±0,23; p<0, 0001) de entrada nos braços abertos. Na caixa claro-escuro as ratas senescentes mostraram menor tempo no compartimento claro (37,92±10,6; p<0, 00001) e consequentemente maior tempo no escuro (267,1±7,8; p<0, 00001), bem como, menor número de cruzamentos (1,16±0,16, p<0, 00001), do que as ratas jovens. No labirinto de Barnes, houve pior desempenho na latência para encontrar a caixa de escape (119,3±33,2; p<0,01) e maior no número de erros (6,07±1,5; p<0,01) nas ratas senescentes. Os resultados obtidos no labirinto em cruz elevado e na caixa claro-escuro sugerem a existência de aumento da ansiedade nas ratas senescentes, uma vez que, nos dois testes, as ratas apresentaram neofobia acentuada. Com relação ao labirinto de Barnes, os resultados mostraram diminuição no aprendizado, o que implica prejuízo da resposta cognitiva.
Conclusão: Foram constatadas diferenças comportamentais significantes, demonstrando aumento da ansiedade e prejuízo cognitivo em ratas que estão iniciando o processo de senescência. Os resultados apresentados podem ser utilizados como modelo para a melhor compreensão da neurobiologia do envelhecimento natural.
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