Maria da Consolação Magalhães Cunha
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Guilherme Cunha Conrado de Miranda
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Bruno Freire João
Maria Isabel Vaz de Melo
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
Abstract
O perfil epidemiológico das populações permite conhecer as variáveis, individuais e de contexto, que influenciam as condições de vida e saúde e interferem no risco de adoecimento e morte dos indivíduos. O estudo epidemiológico de populações selvagens permitiram correções no manejo dos cativeiros nos zoológicos de Berlim. Estudos no zoológico de Santiago do Chile encontraram 45% da população infectada por helmintos ou protozoários, esses responsáveis pela infecção em 27.5% dos mamíferos. Este trabalho traçou o perfil epidemiológico dos mamíferos de um Jardim Zoológico, situado em uma capital brasileira, de 2004 a 2009. Construiu e analisou indicadores de morbidade e mortalidade e discutiu o manejo empregado nos diferentes alojamentos. O estudo tem caráter descritivo quantitativo, executado a partir dos registros dos animais atendidos pelo hospital veterinário (HV) da instituição, procedeu-se a análise descritiva dos dados. O cadastro geral resultou em 333 animais avaliados em sete ordens e respectivas famílias, predominando os primatas (28%) e os mamíferos ungulados (24%). Do total 51,0% eram fêmeas, 46,5% machos e sem registro 2,6%. A idade deve ser analisada por ordem e família, considerando a variação da expectativa de vida entre elas. Foram avaliados 938 procedimentos de assistência médico veterinária no período, categorizados pelo CID. Atividades preventivas representaram 48.29% dos procedimentos realizados pelo HV (coleta de material para exame, vacinação, vermifugação e prevenção às onfalopatias). As doenças infecciosas e parasitárias ocuparam o segundo lugar das frequências das ocorrências tabuladas, 30.06%, destacando-se Bluetongue, leishmaniose visceral e anaplasmose. As ectoparasitoses foram responsáveis pela ocorrência de miíases e infestações complexas de pele e conjuntivo. A mortalidade geral média no período foi de 14,57 a cada 100 animais, os anos de 2004 e 2007 apresentaram as maiores taxas com, respectivamente, 18.52% e 18.39%. Os estudos em animais de cativeiro possibilitam a identificação das mudanças no perfil epidemiológico das doenças e a adoção de medidas de controle em tempo real, fortalecendo as ações de vigilância epidemiológica.